Refugiados recebem ajuda. Crédito: ACNUR, divulgação

Refugiados recebem ajuda. Crédito: ACNUR, divulgação

Mais de 35 milhões de refugiados no planeta

Dado referente a 2022 consta em relatório da Organização Internacional para as Migrações, divulgado nesta terça

07/05/2024 às 17:01 | 3 min de leitura
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Em 2022, o número de refugiados no mundo chegou a 35,3 milhões de pessoas, representando o maior aumento anual da série histórica provocado, sobretudo, pela guerra na Ucrânia. A informação consta em relatório da Organização Internacional para as Migrações (OIM) divulgado nesta terça (7).

“No final de 2022, havia um total de 35,3 milhões de refugiados em todo o mundo, estando 29,4 milhões sob mandato do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) e 5,9 milhões registados pela Agência das Nações Unidas para Ajuda aos Refugiados da Palestina (UNRWA)”, afirma a organização.

Segundo o documento, o número total de refugiados é o mais alto registrado pelos relatórios estatísticos modernos e o crescimento do número de refugiados entre 2021 e 2022 é o maior em termos anuais, o que se deve, “em grande parte, às fugas da Ucrânia depois da invasão da Rússia”.

A agência das Nações Unidas contabilizou cerca de 5,4 milhões requerentes de asilo, ou seja, pessoas que procuram proteção internacional e aguardam a determinação do seu estatuto de refugiado.

“Só em 2022, foram registados quase 2,9 milhões de pedidos de asilo em 162 países, o maior número de pedidos de asilo individuais alguma vez registado”, consta em trecho do relatório.

No ano, o número global de novos pedidos de asilo individuais apresentados em primeira pela primeira vez foi de 2,6 milhões, um aumento de 83% em relação a 2021, acrescentou a organização.

O principal destino continua a ser os Estados Unidos, com cerca de 730 400 pedidos de asilo, número três vezes superior ao do ano anterior, enquanto a Alemanha é o segundo local procurado, com 217 800 novos pedidos.

Menores são 41% dos refugiados 

A OIM afirma ainda que os menores de 18 anos constituíram cerca de 41% do total de refugiados, tendo sido registrados 51 700 pedidos de asilo feitos por crianças não acompanhadas.

Quase nove em cada dez refugiados acompanhados pela ACNUR são dos seguintes países: Síria, Ucrânia, Afeganistão, Sudão do Sul, Myanmar, República Democrática do Congo, Sudão, Somália, República Centro-Africana e Eritreia. 

A lista que, com exceção da Ucrânia, se mantém intacta há muitos anos, alerta o relatório

“Dinâmicas de conflito novas, não resolvidas ou renovadas em países chave contribuíram significativamente para os números e tendências atuais”, afirma a OIM.

Diásporas ucraniana e síria

 “A invasão da Ucrânia pela Federação Russa, em 2022, resultou numa das maiores crises de deslocamento de pessoas desde a II Guerra Mundial”, segundo os dados da organização. 

No ano em que começou a guerra, cerca de 5,7 milhões de ucranianos foram forçados a fugir, tornando a Ucrânia no segundo maior país de origem de refugiados no mundo.

No entanto, “o conflito prolongado na República Árabe Síria fez com que o país continuasse a ser a maior origem de refugiados do mundo no final de 2022 (6,5 milhões), mesmo que o número tenha representado uma diminuição em relação aos 6,8 milhões de 2021”, afirmou a agência da ONU.

Além disso, acrescentou, “a instabilidade e a violência que fez do Afeganistão uma importante fonte de refugiados durante mais de trinta anos continuou, sendo o país o terceiro maior país de origem do mundo, com cerca de 5,7 milhões de refugiados em 2022, o que significa mais 2,7 milhões de pessoas do que em 2021”.

No total, os refugiados da Síria, Ucrânia, Afeganistão, Sudão do Sul, Myanmar e República Democrática do Congo representaram mais de metade da população refugiada mundial. Tal como nos anos anteriores, mais de metade de todos os refugiados reside em dez países.

“Em 2022, pelo sétimo ano consecutivo, a Turquia foi o maior país anfitrião do mundo, com quase 3,6 milhões de refugiados, sobretudo vindos da Síria.”

O Paquistão e a República Islâmica do Irã também estiveram entre os dez principais países de acolhimento, sendo os dois principais anfitriões de refugiados do Afeganistão, o segundo maior país de origem.

A restante lista foi ocupada pelo Uganda, Rússia, Alemanha, Sudão, Polônia, Bangladesh e Etiópia.

Com informações da Agência Lusa

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