O encontro entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro português, Luís Montenegro (PSD), está previsto para ocorrer em novembro próximo. Será o primeiro desde a mudança no governo em Portugal, no início do mês.
Com o primeiro-ministro anterior, António Costa (PS), Lula tinha uma relação de amistosa. Com Montenegro, de centro-direita, a expectativa é que haja uma certa distância ideológica. A mudança, no entanto, não afeta as relações entre Brasil e Portugal, segundo afirmou o chanceler brasileiro Mauro Vieira.
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“Portugal é uma prioridade para o Brasil, e sei que somos também uma prioridade aqui”, afirmou à BRASIL JÁ durante sua passagem por Portugal para a celebração dos Cinquenta anos do 25 de Abril.
Confira parte da entrevista abaixo.
Lula e Montenegro no Rio de Janeiro
BRASIL JÁ - Por que o presidente Lula não veio para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril este ano?
Mauro Vieira - Infelizmente, a agenda doméstica não permitiu ao presidente Lula participar da celebração, como ele gostaria. Ele tem tido uma agenda de viagens pelo Brasil muito intensa neste semestre, o que não permitiu a vinda a Lisboa, por isso ele me honrou com a designação para representá-lo nessa comemoração histórica.
Uns dias atrás, o presidente felicitou o primeiro-ministro Luís Montenegro por sua vitória eleitoral. Altera alguma coisa na relação entre Brasil e Portugal com a mudança de governo? Lula e António Costa, do PS, eram próximos.
De forma alguma, é uma relação de Estado estratégica para ambos os países, que independe das posições políticas e ideológicas dos governantes de turno. Portugal é uma prioridade para o Brasil, e sei que somos também uma prioridade aqui.
Quando Lula e Montenegro vão se encontrar?
Na primeira oportunidade em que as agendas permitirem, e o convite a Portugal para participar do G20, pela presidência brasileira, oferece uma oportunidade durante a cúpula de novembro, no Rio de Janeiro.
Mas se houver outra possibilidade de encontro antes de novembro, melhor ainda. Temos ainda a Cimeira Brasil-Portugal, que Lisboa sediou no ano passado e que agora é responsabilidade do Brasil organizar, em data que ainda vamos definir com o governo português, provavelmente no primeiro semestre de 2025.
O embaixador Raimundo Carreiro já indicou algumas vezes o desejo de deixar a embaixada em Lisboa. Alguma perspectiva de mudança nos curto e médio prazos?
A mim esse suposto desejo não foi indicado até o momento.