Neusa Sousa, nascida em São Tomé e Príncipe, é jornalista na RTP África. Créditos: Arquivo Pessoal

Neusa Sousa, nascida em São Tomé e Príncipe, é jornalista na RTP África. Créditos: Arquivo Pessoal

O preconceito linguístico em Portugal

Brasileiros e imigrantes de outros países de língua portuguesa sofrem discriminação pela forma como se expressam

25/07/2024 às 15:04 | 5 min de leitura | Edição Impressa

Neusa Sousa é um dos rostos marcantes da RTP África. Nascida em São Tomé e Príncipe, foi em Lisboa, onde vive há 22 anos, que a profissional escreveu sua trajetória como jornalista. A notoriedade de Neusa também se dá por sua voz ativa no empreendedorismo negro e na luta antirracista. 

O caminho profissional e pessoal deu a ela consciência do lugar que ocupa, que, disse à BRASIL JÁ, não é trivial. Por isso, Neusa lamenta que a sua história ainda seja um ponto fora da curva, porque a exceção continua a ser a regra —especialmente de jovens jornalistas que têm outras variantes linguísticas sem ser a europeia. 

“Muitos profissionais [de outros países de língua portuguesa] ficam com a autoestima baixa e acabam desistindo. Vários chegam a concluir o curso, mas nunca conseguem trabalho, pois a forma peculiar com que falam é diferente do que é o considerado normal”, afirmou Neusa. 

Para ela, o jornalismo é apenas uma das áreas em que uma variante pode servir para que se manifeste a xenofobia e o preconceito linguístico.