'Pés de Barro' é o vencedor do Prémio LeYa, que contou com ampla participação brasileira

O Prémio LeYa 2024 foi para o romance português "Pés de Barro", de Nuno Miguel Silva Duarte. O anúncio foi feito nesta quarta (6) e a organização informou  que essa  foi a edição mais concorrida do prêmio desde sua criação em 2008.  Mais de mil livros de diversos países concorreram, e só o Brasil representou 63% das inscrições. 

Os organizadores informaram que ao ser comunicado da vitória, Silva Duarte ficou em choque e precisou de minutos para se recompor. "Pés de Barro" tem como pano de fundo a construção da primeira ponte sobre o Rio Tejo, em Lisboa, retratando assim Portugal dos anos 1960. A obra também encaminha-se para o anúncio metafórico do 25 de abril.  

Nuno Miguel Silva Duarte sucede o brasileiro Victor Vidal, vencedor da edição do ano passado, com “Não há Pássaros Aqui”. Silva Duarte tem 51 anos, é publicitário e vive em Lisboa. O Prémio LeYa dá cinquenta mil euros ao vencedor e é o maior prêmio literário para romances inéditos. 

Sobre o prêmio, o escritor disse que ainda é cedo para fazer planos, mas a comemoração foi com a família que o incentivou a escrever: "O meu pai lia muito e eu comecei a ler por essa influência. Nos últimos dez, doze anos, resolvi entender como contar histórias em mais de trinta segundos, já que na publicidade é o meu tempo estipulado", afirmou o autor que nasceu em Sintra, mas vive em Lisboa. 

Nesta edição do prêmio, ao todo foram recebidos 1 123 livros originais de quinze países: Alemanha (4), Angola (15), Austrália (1), Bélgica (2), Brasil (708), Cabo Verde (5), Espanha (3), EUA (3), França (4), Guiné-Bissau (1), Itália (3), Moçambique (19), Portugal (350), Reino Unido (2) e Suíça (3). 

A organização do LeYa prevê o o lançamento do livro vencedor em abril de 2025, um mês antes da feira do livro de Lisboa.