José Maria Neves em Portugal, durante celebração dos 50 anos do 25 de Abril (Arquivo). Crédito: André Kosters, Agência Lusa

José Maria Neves em Portugal, durante celebração dos 50 anos do 25 de Abril (Arquivo). Crédito: André Kosters, Agência Lusa

Exclusivo

Presidente de Cabo Verde: 'Colonialismo vem da ideia da supremacia branca'

Em entrevista exclusiva à BRASIL JÁ, o presidente cabo-verdiano, José Maria Neves, fez comentários sobre a reparação colonial, racismo e manifestou preocupação com o crescimento da extrema direita

05/06/2024 às 12:29 | 2 min de leitura | Africanidades

A fala calma e pausada evidencia uma intimidade com a didática —e também com o poder. Aos 64 anos, José Maria Neves acumula décadas de experiência na política cabo-verdiana. Em 2021, o professor universitário fora, pela primeira vez, credenciado pelo voto popular para ocupar a Presidência da República do país —cargo que deve ocupar até 2026, com possibilidade de uma única reeleição. 

Antes, Neves foi primeiro-ministro de Cabo Verde por três mandatos (entre 2001 e 2016), e algumas de suas conquistas como chefe do Executivo são lembradas no currículo disponível na página institucional da presidência: triplicar o PIB (Produto Interno Bruto) no período como primeiro-ministro e tirar Cabo Verde da lista de países menos avançados da Organização das Nações Unidas (ONU) são duas delas. 

“Os cabo-verdianos só deixaram de morrer de fome a partir da década de 1950 do século 21, quando se criou as Nações Unidas e a comunidade internacional estava mais atenta aos fenômenos do colonialismo. Antes, os cabo-verdianos morriam de fome”, afirmou o presidente em entrevista exclusiva à BRASIL JÁ, realizada no dia 16 do mês passado.