
Líder do Estado caboverdiano acredita, no entanto, que o momento não é para a discussão pública Crédito: André Kosters, Lusa
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Presidente de Cabo Verde: 'Colonialismo vem da ideia da supremacia branca'
Em entrevista exclusiva à BRASIL JÁ, José Maria Neves afirma que não houve colonização suave e que os governos precisam discutir reparação
A fala calma e pausada evidencia uma intimidade com a didática —e também com o poder. Aos 64 anos, José Maria Neves acumula décadas de experiência na política cabo-verdiana. Em 2021, o professor universitário fora, pela primeira vez, credenciado pelo voto popular para ocupar a Presidência da República do país —cargo que deve ocupar até 2026, com possibilidade de uma única reeleição.
Antes, Neves foi primeiro-ministro de Cabo Verde por três mandatos (entre 2001 e 2016), e algumas de suas conquistas como chefe do Executivo são lembradas no currículo disponível na página institucional da presidência: triplicar o PIB (Produto Interno Bruto) no período como primeiro-ministro e tirar Cabo Verde da lista de países menos avançados da Organização das Nações Unidas (ONU) são duas delas.
“Os cabo-verdianos só deixaram de morrer de fome a partir da década de 1950 do século 21, quando se criou as Nações Unidas e a comunidade internacional estava mais atenta aos fenômenos do colonialismo. Antes, os cabo-verdianos morriam de fome”, afirmou o presidente em entrevista exclusiva à BRASIL JÁ, realizada no dia 16 do mês passado.