O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta sexta (16) estar "indignado", mas "não surpreendido" com a notícia da morte do russo Alexei Navalny. Em prounciamento transmitido da Casa Branca, Biden responsabilizou o presidente russo, Vladimir Putin, pela morte de Navalny.
"Não se deixem enganar: Putin é responsável pela morte de Navalny", disse o chefe de Estado norte-americano, em declarações à imprensa, frisando tratar-se de "mais uma prova da brutalidade de Putin".
De acordo com Biden, “Putin não visa apenas cidadãos de outros países, como temos visto o que está a acontecer na Ucrânia neste momento, mas ele também comete crimes terríveis contra o seu próprio povo”.
Biden, que admitiu ainda não saber exatamente os contornos da morte de Navalny, classificou o opositor russo como uma "voz poderosa pela verdade", mesmo a partir da prisão.
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Navalny “enfrentou corajosamente a corrupção, a violência e todas as coisas pérfidas que o governo de Putin estava a fazer. Em resposta, Putin mandou envenená-lo, mandou prendê-lo, mandou processá-lo por crimes fabricados”, disse Biden.
"Ele poderia ter vivido em segurança no exílio após a tentativa de assassinato contra ele em 2020, que quase o matou. Em vez disso, regressou à Rússia, sabendo que provavelmente seria preso, talvez morto, se continuasse o seu trabalho. Mas o fez mesmo assim. Porque acreditava profundamente no seu país, na Rússia", reforçou Joe Biden.
Resposta à morte de Navalny
Diante dos acontecimentos, Biden anunciou que avalia “uma série de opções” para responder à morte do líder da oposição russa, mas não especificou se Washington irá impor mais sanções a Moscou.
Em 2021, Biden já havia dito, após reunir-se com Putin em Genebra, que haveria “consequências devastadoras” para Moscou se Navalny morresse na prisão.
Na conferência de imprensa desta sexta, Biden aproveitou ainda para pressionar os republicanos da Câmara dos Representantes a aprovarem mais financiamento para a Ucrânia.
Os Estados Unidos têm de “fornecer financiamento para que a Ucrânia possa continuar a defender-se”, apelou.
A falta de financiamento adicional “nunca será esquecida, o tempo está a passar”, acrescentou.
O opositor russo Alexei Navalny, um dos principais críticos de Vladimir Putin, morreu na prisão, segundo o serviço penitenciário federal da Rússia.
Navaly, 47 anos, estava numa prisão no Ártico, para cumprir uma pena de 19 anos de prisão sob "regime especial" e, segundo aqueles serviços, sentiu-se mal depois de uma caminhada e perdeu a consciência.
Até ao momento, a equipa de Navalny não confirmou esta informação, mas destacados dirigentes ocidentais e os apoiantes do opositor responsabilizam o Presidente russo, Vladimir Putin, pela sua morte.
Com a Agência Lusa