Vladimir Putin, presidente russo. Crédito: Presidência da Rússia, divulgação

Vladimir Putin, presidente russo. Crédito: Presidência da Rússia, divulgação

Putin segue no poder na Rússia

À frente do país desde 1999, Putin obteve 87% dos votos numa eleição classificada como fraude pelo Ocidente

18/03/2024 às 11:10 | 2 min de leitura
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Vladimir Putin vai para o quinto mandato como presidente da Rússia, com mais de 87% dos votos, um número recorde nas eleições presidenciais do país. As informações foram divulgadas nesta segunda (18) pela Comissão Eleitoral Central da Rússia.

O órgão informou que, com quase 100% de todos os distritos eleitorais contados de uma eleição que começou na sexta (15) e terminou no domingo (17), Putin obteve 87% dos votos.

A chefe da Comissão Eleitoral Central, Ella Pamfilova, disse que quase 76 milhões de eleitores votaram em Putin, o maior número de votos de todos os tempos.

Com os resultados, Putin obtém a sua maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000, apesar da guerra na Ucrânia e das sanções econômicas do Ocidente.

A eleição deverá mantê-lo no poder até 2030, ano em que completará 77 anos, com a possibilidade de que haja ainda mais um mandato, até 2036, devido a uma mudança na Constituição em 2020.

No poder desde 1999

Os resultados vem depois de Putin de haver uma forte repressão à oposição e à liberdade de expressão no país. As eleições contaram com três candidatos considerados simbólicos —e ninguém que se opusesse à guerra na Ucrânia.

Putin lidera a Rússia como presidente ou primeiro-ministro desde dezembro de 1999, um mandato marcado pela agressão militar internacional e por uma crescente intolerância à dissidência.

O adversário político de Putin, Alexei Navalny, morreu numa prisão na Sibéria no mês passado, e outros críticos estão na prisão ou no exílio.

Durante a campanha houve ataques de ‘drones’ e incursões na fronteira ucraniana, que causaram várias mortes e levaram Putin a acusar Kiev (Ucrânia) de tentar torpedear a sua reeleição.

O líder norte-coreano Kim Jong Un e os presidentes das Honduras, Nicarágua e Venezuela felicitaram Putin pela vitória, tal como fizeram os líderes das nações ex-soviéticas da Ásia Central do Tajiquistão e do Uzbequistão. No Ocidente, as eleições russas foram consideradas uma farsa.

Repercussão

O chefe da política exterior da União Europeia, Josep Borrell, afirmou que as eleições russas não foram livres e justas. Disse, ainda, que o pleito em repressão e intimidação. 

Ainda nesta segunda, se espera que a União Europeia faça uma declaração conjunta, dos 27 países, sobre as eleições na Rússia.

Também se manifestou sobre o resultado Yulia Navalnya, viúva de Alexei Navalny, o opositor de Putin que morreu numa cadeia Ártico no mês passado. Yulia agradeceu a apoiadores por participarem de um protesto contra Putin, no domingo. 

Ela agradeceu publicamente, no X (antigo Twitter), a pessoas que passaram seis horas com ela numa manifestação em frente à embaixada russa em Berlim (Alemanha).

Da KGB para o poder

Prestes a iniciar o quinto mandato à frente da Rússia, Putin tem estado à frente da nação desde que foi escolhido para ocupar o cargo pelo líder anterior, Boris Yeltsin, em 1999. Mais jovem, Putin formou parte do serviço secreto russo, a KGB. 

No fim da década de 1990, Putin acabou sendo recrutado para trabalhar na administração presidencial e, então, escolhido para ser o primeiro-ministro.

Em 2011, Putin subjulgou um por um os opositores que participaram e organizaram protestos contra ele. Os adversários do presidente estão exilados, na cadeia ou mortos. 

Como registra a BBC, Putin é reservado em relação à sua vida privada. Ele tem duas filhas, Maria Vorontsova, pesquisadora e empresária, e Katerina Tikhonova, coordenadora de uma fundação de pesquisas.

Com informações da Agência Lusa e BBC 

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