Presidentes de países da CPLP: Lula (Brasil), Umaro Sissoco (Guiné Bissau), Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal) e primeiro-ministro Patrice Trovoada (São Tomé e Príncipe), Arquivo. Crédito: Estela Silva, Agência Lusa

Presidentes de países da CPLP: Lula (Brasil), Umaro Sissoco (Guiné Bissau), Marcelo Rebelo de Sousa (Portugal) e primeiro-ministro Patrice Trovoada (São Tomé e Príncipe), Arquivo. Crédito: Estela Silva, Agência Lusa

Relações de países CPLP com a Rússia não quebram coesão do grupo, diz secretário-Executivo

Não há influência porque os países próximos da Rússia não tomaram essa decisão como CPLP, afirmou Zacarias

27/05/2024 às 16:29 | 2 min de leitura
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Para o secretário-executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Zacarias da Costa, não existe hipótese de a coesão da organização ser afetada pelas relações da maioria dos Estados-membros com a Rússia, num momento de conflito com a Ucrânia.

Zacarias da Costa afirmou: "Eu julgo que não [são afetadas as relações]. (...) Essas relações dos nossos Estados-membros já vêm de longe, e nem por isso destruíram a coesão que existiu e ainda existe dentro da nossa comunidade". 

Segundo ele, não há influência porque os países próximos da Rússia não tomaram essa decisão como CPLP.

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Durante a visita oficial à Geórgia, um país amigo da federação russa e observador associado da CPLP há dez anos, acompanhado de representantes de oito dos nove Estados-membros da CPLP, Zacarias da Costa frisou: "Penso que a CPLP nunca esteve em xeque nesses anos".

Por isso, sobre o acordo de cooperação com a Rússia assinado recentemente por São Tomé e Príncipe —país que têm desde agosto a presidência rotativa da CPLP—, o secretário-executivo afirmou que se trata "de uma decisão soberana de um Estado-membro".

Contudo, da Costa disse que a situação da guerra Rússia —Ucrânia e a situação mundial “pode levar a interpretações diferentes”.

Visita à Geórgia


Quanto à visita da delegação da CPLP, que lidera, à Geórgia, país que apoia a Rússia, o secretário-executivo defendeu a organização: "Nós fomos convidados há mais de um ano pelo governo da Geórgia, diretamente pelo ministro dos Negócios Estrangeiros [do país], que fez uma visita à sede da CPLP”.

Zacarias da Costa explicou que a visita da delegação da CPLP tem como objetivo celebrar este ano a amizade e a relação daquela organização com “a Geórgia como observador associado”. 

Ele lembrou que, ao longo de dez anos de relação com a Geórgia, a CPLP teve visitas “ao mais alto nível” de autoridades daquele país, desde o presidente do Parlamento, vários ministros e vice-ministros.

“Temos tido uma relação dinâmica, uma relação construtiva, e os assuntos internos do país não dizem respeito à CPLP”, afirmou o secretário-executivo.

Assim, “respeitamos, fomos convidados, aceitamos e penso que todos os Estados-membros foram consultados quanto a esta visita e, por isso, todos enviaram os seus representantes permanentes, à exceção de Portugal, que mandou o seu número 'dois', e também Cabo Verde, que não poderá estar por razões de força maior".

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O secretário executivo e os representantes permanentes de oito dos nove Estados-membros da CPLP iniciaram no sábado uma visita de trabalho à Geórgia, que se prolonga até terça (28), e se encontrarão com outras autoridades.

Conforme o programa inicial divulgado pela CPLP, hoje estavam previstas audiências com o primeiro-ministro da Geórgia, Irakli Kobakhidze, bem como com o vice-presidente do parlamento, Archil Talakvadze, o vice-primeiro-ministro e ministro da Economia e Desenvolvimento Sustentável, Levan Davitashvili. 

Também reuniões com o ministro dos Negócios Estrangeiros, Ilia Darchiashvili, e com o ministro-Adjunto da Educação, Ciência e Juventude, Aleksandre Tsuladze.

A delegação da CPLP foi convidada também a participar num evento cultural, na Biblioteca Parlamentar Nacional da Geórgia, no âmbito das celebrações do 5 de Maio_ “Dia Mundial da Língua Portuguesa” e “Dia da Língua Portuguesa e da Cultura na CPLP”.

A visita ocorre num momento em que a Geórgia vive uma grande instabilidade, com manifestações nas ruas contra o projeto de lei sobre "influência estrangeira", que, segundo os críticos,, se inspirou na legislação russa, usada desde 2012 para reprimir a oposição.

Com a Agência Lusa

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