Noite de samba com Moacyr Luz Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Noite de samba com Moacyr Luz Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Uma noite brasileira em Lisboa

Publisher da BRASIL JÁ, Gabriela Lopes Siqueira, e o marido, o deputado luso-brasileiro Washington Quaquá, são anfitriões em noite de sabor e ritmos do Brasil

01/02/2024 às 15:18 | 3 min de leitura
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Washington Quaquá e Gabriela Lopes Siqueira ofereceram cultura brasileira Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Foi uma noite para saudar a Guanabara, em plena Praça do Comércio, no coração de Lisboa. Quarta (31), o salão do Museu da Cerveja foi tomado por centenas de amantes do samba e da MPB. Foi assim que o casal Gabriela Lopes Siqueira, publisher da BRASIL JÁ, e Washington Quaquá, deputado luso-brasileiro e colunista da revista, promoveram o encontro de culturas.

Moacyr Luz emocionou e levantou o público em Lisboa Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Portugueses, brasileiros e africanos formaram uma massa humana, que dançou sob o comando de Moacyr Luz, um dos maiores poetas ainda em atividade da música brasileira.

A salada de sotaques (português europeu; português americano; português africano; e um português "inglesado") dava a harmonia dos clássicos como Saudades da Guanabara (Moacyr Luz e Aldir Blanc) e Sonho Meu (Yvonne Lara e Delcio Carvalho).

Também se apresentaram os músicos da Orquestra Bamba Social —um coletivo de 18 luso-brasileiros sediado no Porto— que se uniram pelo amor ao samba.

Moacyr Luz e Orquestra Bamba Social Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Os convidados foram recebidos por Gabriela e Quaquá ao som do legítimo samba carioca de Moacyr, ou Moa para os amigos. “O Moa é grande compositor. As músicas dele são famosas. Ele é um amigo”, diz Gabriela.

Gabriela anuncia novidades Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

“O Moa é um símbolo da cultura carioca e brasileira. O mundo conhece o Brasil por três coisas: samba, futebol e caipirinha. Então, o Moa é a expressão mais lapidada do samba, da malandragem e da inteligência cariocas. Ele já tem coisas aqui em Portugal, já tem CD gravado. E o nosso grupo tem um ambicioso projeto de criar um coletivo de brasileiros, unindo empresários brasileiros e portugueses. Vai ser meio que o retorno do Brasil a Portugal”, afirma Quaquá.

Quaquá quer criar um coletivo brasileiro em Portugal Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Gabriela antecipou que a noite no Museu da Cerveja foi apenas o começo do que vem por aí. “Nossa ideia é abrir um bar brasileiro aqui, o Favela Café, em parceria com chef João Paulo. Isso deve acontecer este ano; outro projeto é fazer um festival de música brasileira na cidade do Porto, mas ainda estamos formatando, vendo que vem. Serão grandes cantores. Mas há mais. Queremos trazer cultura, comida, lazer, o que o Brasil tem de melhor para Portugal”.

Gabriela é publisher da BRASIL JÁ Crédito: Renato Velasco

Moa diz estar muito feliz por voltar a Lisboa e em tocar com a Orquestra Bamba Social. “Conheci o Bamba Social no Rio, através do Pedro, que está aqui comigo. Ele gravou uma música minha. Fiquei impressionado com a qualidade sonora e surgiu a ideia de fazermos algo junto. Mas veio a pandemia e foi adiado. Os músicos dessa orquestra sabem tocar mais do que eu”, brinca Moa.

O Pedro, de que fala o poeta, é o Pedro Pinheiro, um dos fundadores e legítimo representante da nata do samba lusitano, reverencia o mestre Moa. “Estamos preparando um disco só com músicas de Moacyr Luz”, diz. O grupo une brasileiros e “patrícios”, numa prova de que o samba une e não tem fronteiras.

Moa e Pedro Pinheiro, da Orquestra Bamba Social Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

O chef João Paulo Campo comandou a cozinha. O cardápio misturou Brasil e Portugal e teve como entrada bolinhos de legítimas sardinhas portuguesas, com jiló.

O prato principal foi polenta cremosa com ragu de rabada.  Os convidados circulavam com ramekin (potinhos brancos), onde o amarelo da polenta e o vermelho da rabada conferiam ao local um ar de subúrbio carioca à centenária praça lusitana.

João Paulo já está ligado à cultura portuguesa, por ser sócio do Velho Adonis, fundado em 1952 pelos portugueses Arnaldo e Antero. Em 2019, o chef comprou bar, localizado em Benfica, Zona Norte carioca, e reformou o local, resgatando o ar europeu da década de 1950 e que fez do bar uma embaixada da boemia carioca.

Chef João Paulo comandou o sabor da noite Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

João Paulo diz estar animado com o projeto do Favela Café, adiantado por Gabriela: “Já estamos olhando alguns imóveis na região do centro de Lisboa. Queremos mostrar o que tem de melhor no Brasil. Vai ter funk, sertanejo. Vai ter Carnaval, com direito a bateria. A comida vai ser de qualidade, com petiscos brasileiros, bolinho de bacalhau, polvo. Muitas coisas boas.”

A cozinha de João Paulo em breve no Favela Café Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

Noite de festa

Denise Machado, 44 anos, foi um dos destaques da noite. Instrumentista e cantora e integrante da Orquestra Bamba Social, ela passeou pelo repertório de Moa, com uma dicção carioca.

Detalhe: ela nasceu no Porto. Filha de alagoano, Denise entrega a origem com o sotaque português quando conversa, longe do microfone. “Cresci ouvindo Beth Carvalho, Zeca Pagodinho, Djavan. Meu pai, o Seu Jairo, tem 71 anos e toca surdo. Ele me apresentou ao samba, e nunca mais saí”.

Denise Machado, o domínio dos sotaques brasileiro e português Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ

A cantora diz que a energia do samba a ajuda a recuperar as forças, após um dia cansativo. “O samba cura e transforma”, sentencia.

A cabo-verdiana Carla Rendall, 38 anos, é outra que se rendeu ao samba. Joalheira, sambou a noite toda ao som dos clássicos de Moa. “Eu tenho aulas de samba toda semana. Em Cabo Verde, temos um ritmo chamado morna, que se assemelha ao chorinho. Daí, para chegar ao samba, foi um passo”, diz com um sorriso contagiante, que lhe ilumina o rosto.

Casal Gabriela e Quaquá, com os amigos, o chef João Paulo e a mulher, Aurea, e o poeta Moa Crédito: Renato Velasco, BRASIL JÁ
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