12/02/2024 às 10:15
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A literatura inspirou grande parte dos enredos levados à Marques de Sapucaí na primeira noite de desfiles no Rio de Janeiro. As escolas de samba se apresentaram entre a noite de domingo (11) e a madrugada desta segunda(12).
A agremiação Unidos da Tijuca, que levou Portugal para a Avenida do samba, assim como a Beija-Flor de Nilópolis, Imperatriz Lepoldinense e Acadêmicos do Grande Rio recorreram às obras literárias para contar histórias de magia no carnaval.
Também desfilaram na Sapucaí as escolas Unidos do Porto da Pedra e Acadêmicos do Salgueiro.
A Unidos da Tijuca entrou na passarela do samba com o enredo O conto de fados, em alusão ao estilo musical português.
Com a Tijuca, a Marquês de Sapucaí foi palco não só da música, como também da história de Portugal contada através de lendas e contos para além do fado, lembrando o misticismo do país desde sua origem.
A Acadêmicos do Grande Rio, escola de samba de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, exibiu para o público o enredo Nosso destino é ser onça. A inspiração do show veio da narrativa mítica tupinambá de Alberto Mussa.
Um dos destaques da escola foi a rainha de bateria, a atriz Paolla Oliveira (foto de capa desta reportagem), que usou uma espécie de capacete de onça que a transformava no animal em determinados momentos do desfile.
A escola teve problema com um dos carros, que precisou ser empurrado. Para iluminar ainda mais o espetáculo, a Grande Rio distribuiu 55 mil pulseiras de LED ao público. Os aparelhos acendiam quando as luzes do sambódromo apagavam todas de uma vez.
Imperatriz
A Imperatriz Leopoldinense, atual campeã do carnaval carioca, fechou a noite de desfiles, já na manhã desta segunda, homenageando o poeta paraibano Leandro Gomes de Barros. A escola levou para a Avenida mistérios e força da cultura cigana
Para deslumbre do público, a comissão de frente fez uma coreografia dentro de uma fogueira e a escola também trouxe recursos cenográficos aéreos. Um balão representando a lua, em que estava uma bailarina, sobrevoou a Avenida sob os olhos atentos das arquibancadas.
Salgueiro
A Acadêmicos do Salgueiro também bebeu da literatura e, para construir o enredo, se inspirou em A queda do céu - Palavras de um xamã yanomami, livro de de Davi Kopenawa e Bruce Albert.
Atrás do 10º título da escola, o Salgueiro emocionou a plateia rendendo homenagem ao intérprete Quinho, que morreu em janeiro.
A passagem pela Avenida foi cheia de cores e fantasias retratando a união do povo indígena com a natureza e a luta pela afirmação dos povos originários.
Beija-Flor
Escola de Nilópolis, na Baixada Fluminense, a Beija-Flor homenageou Maceió, capital do estado de Alagoas, e Rás Gonguila, o herdeiro do trono imperial de um país da África.
Foi Gonguila quem fundou o que era, na época, o maior bloco de carnaval da cidade alagoana.
Um pião humano foi destaque na comissão de frente. Também levantou o público a sincronia entre luzes da Sapucaí e a bateria da Beija-Flor, que se entrelaçavam durante o refrão do samba enredo.
Porto da Pedra
De volta ao Grupo Especial, a Acadêmicos do Porto da Pedra, escola de São Gonçalo, região metropolitana do Rio de Janeiro, cantou o enredo Lunário Perpétuo: A profética do saber popular.
Seguindo a tendência literária dos desfiles, a escola exaltou a influência do livro Lunário na cultura nordestina.
A comissão de frente trouxe uma alegoria com holografias e uma bailarina sendo erguida no ar, e para espantos de muitos presa pelos cabelos.
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