Vira o ano e renovam-se as expectativas por realizações. A BRASIL JÁ celebra a passagem de 2024 para 2025 lembrando que este ano há muito o que cobrir em relação a brasileiros neste país e na Europa como um todo. De mais palpitante, o ano passado terminou com a concretização do acordo entre o Mercosul e a União Europeia.
Apesar da tentativa de boicote da França, especialmente de grupos empresariais e agricultores preocupados com a concorrência sul-americana, o tratado de livre comércio dá fôlego à União Europeia para, como bloco econômico, seguir sendo relevante.
Os números dão conta da magnitude do tratado: as nações envolvidas no pacto têm, reunidas, 750 milhões de pessoas e um Produto Interno Bruto que, somado, é de aproximadamente 22 trilhões de dólares.
Para além dos frios dados astronômicos, o acordo estreita a relação do Brasil com o seu segundo principal parceiro comercial: a União Europeia. Abre-se, portanto, um novo leque de oportunidades para todos os envolvidos e os ressentidos do pacto —que levou um quarto de século para ser fechado— precisam se acostumar à nova realidade.
No caso do Brasil, o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, Otacílio Oliveira, em entrevista à BRASIL JÁ em dezembro último, deu pistas sobre as vantagens que o país pode obter. Que, aliás, os países podem obter.
Ser menos dependente dos mercados norte-americano e chinês parece ser o benefício mais óbvio, e, por outro lado, Portugal sai na frente por ser o ponto de contato mais próximo com a economia brasileira, a maior do Mercosul.
Melhor para eles e para nós. Como lembrou o próprio primeiro-ministro, Luís Montenegro:
“Para além de todas as nossas ligações culturais, históricas e das parcerias econômicas que estamos a desenvolver, hoje tem uma dimensão humana verdadeiramente notável: estaremos a falar, grosso modo, de 600 mil portugueses no Brasil e de 700 mil brasileiros em Portugal”.
É nessa trilha que, no próximo mês, o ano começa com boas expectativas para a Conferência Luso-Brasileira, com um ano de intervalo do último encontro, realizado em abril de 2023, em Lisboa.
Naquela ocasião, foram assinados treze instrumentos jurídicos, sendo o mais importante o que estabelece a equivalência dos ensinos básico e secundário.
Passou o tempo, mudou o governo português e mais dificuldades se apresentaram. Como novo primeiro-ministro, Montenegro, ao menos publicamente, sempre se mostrou favorável e ansioso por um novo encontro. Resta saber o que o Executivo terá sobre a mesa para facilitar a integração entre os países.
E 2025 será, também, ano de eleição presidencial no país, com Marcelo Rebelo de Sousa saindo do posto. Diz ele que não sentirá saudade nenhuma do cargo e que não falará mais de política, mas fato é que se a tradição dos jantares com jornalistas se mantiver, a palavra do presidente sempre vai ecoar, principalmente se ele citar reparação colonial.