A Aima informou nesta sexta (23) que os serviços de análise dos mais de 400 mil processos admininistrativos não foram afetados pela greve parcial inicada na quinta (22). Segundo a agência, tampouco houve adesão da categoria que pudesse atingir os procedimentos de regularização dos imigrantes.
"No dia 22 de agosto de 2024, não foi verificada qualquer adesão nos serviços relacionados com a análise e apreciação dos processos administrativos pendentes e relacionados com a regularização dos imigrantes, daqui não tendo, nesta data, resultado qualquer atraso na análise e apreciação dos processos", informa o comunicado divulgado pela Aima.
A nota da agência vem depois de dias de um silêncio institucional sobre a greve convocada pela federação de sindicatos, que reivindica, entre outros pontos, reforço na força-tarefa montada na Aima e respeito às horas extras dos servidores do órgão.
Greve parcial na Aima: nove perguntas e respostas sobre o movimento
Também no comunicado, a Aima informou que, em média, tem atendido diariamente três mil pessoas e que está focando em melhorar o serviço prestado aos estrangeiros.
A nota informa que o orgão busca "contribuir para que, tão breve quanto possível, as pendências sejam recuperadas e possamos integrar quem procura o nosso país para viver em condições condignas de acolhimento".
Sem acordo
A divulgação de uma nota após o início da greve indica que governo e Federação Nacional dos Sindicatos não têm dialogado ou não chegaram a um acordo sobre a situação. De fato, até quinta (22), data marcada para o começo da paralisação, só havia a notícia de que houve uma reunião para tratar do tema no dia 1º deste mês.
Na quinta (22), depois de reunião do Conselho de Ministros, o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, comentou a paralisação culpando a administração anterior, do Partido Socialista, pela bagunça na transição do SEF para Aima.
“É verdade, não podemos deixar de concordar [com as críticas], eu próprio fiz referência a isso várias vezes, à forma como o SEF foi extinto, em morte lenta, como a Aima foi debilitada pelo governo anterior foi profundamente errada”, disse Leitão Amaro.
Próprio do cargo político que exerce, o ministro disse estar preocupado com os imigrantes que escolheram Portugal e que, ao longo dos últimos sete anos, apresentaram pedidos de regularização que não foram respondidos.
Sobre o pagamento das horas extras, reivindicado pelos trabalhadores em greve, Amaro Leitão disse que “o que for legal e devido, naturalmente, o Estado é uma pessoa de bem e pagará”.
O ministro acrescentou que “não há escassez de recursos financeiros [para a Aima], mas sim escassez de recursos humanos”.