Atendimento em loja da Aima, Faro, 3 de novembro de 2023. Crédito: Luís Forra, Lusa

Atendimento em loja da Aima, Faro, 3 de novembro de 2023. Crédito: Luís Forra, Lusa

Greve parcial na Aima: nove perguntas e respostas sobre o movimento

Mobilização começa nesta quinta (22) e, segundo comunicado de federação de sindicatos, vai até 31 de dezembro deste ano

22/08/2024 às 08:11 | 3 min de leitura
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Sem qualquer notícia de que o governo e a Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) tenham chegado a um acordo, o previsto pela organização que representa parte da categoria é que nesta quinta (22) comece a greve parcial na Aima. 

Confira abaixo nove perguntas e respostas sobre o movimento que pode afetar o funcionamento da agência que trata dos trâmites burocráticos de estrangeiros e requerentes de asilo em Portugal. 

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Quem convocou a greve?

A greve foi convocada pela Federação Nacional dos Sindicatos dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais

A federação é a união de quatro sindicatos que representam servidores da administração pública —um deles os funcionários da Aima. 

O reivindica a federação de sindicatos?

Basicamente, as reivindicações da federação podem ser resumidas em três pontos: 

. o pagamento de horas extras e progressão de carreira por tempo de serviço; 

. a definição clara de funções por área; 

. e o cumprimento rigoroso dos horários de trabalho, respeitando os limites legais estabelecidos. 

O que motivou a mobilização?

Em comunicado divulgado há dois dias pelas redes, a federação pontua que faltam trabalhadores na Aima e, por isso, os servidores que lá estão hoje estão sobrecarregados. 

"Exigimos que a Aima seja dotada de um mapa de pessoal com o número de postos de trabalho que responda às necessidades efetivas da Agência para todas as carreiras e categorias", afirma a organização em comunicado divulgado pelas redes sociais. 

A federação afirma que existê carência de técnicos especializados, tradutores, assistentes sociais e psicólogos. 

O texto da federação também faz referência à incapacidade de direção na gestão da Aima e falta de coordenação nos atendimentos nas chamadas lojas do órgão, que no Brasil seriam os postos de atendimento. 

Até quando vai a greve?

A previsão é que dure até o último dia deste ano, 31 de dezembro de 2024.

Quantas pessoas participam da greve?

 Não há uma estimativa do número de funcionários que aderiram à mobilização. 

A paralisação é unânime?

Não. Outros sindicatos, como é o caso do Sindicato dos Técnicos de Migração (STM), criticaram o movimento e greve anunciados pela federação. 

A dirigente do STM, Manuela Niza, afirmou à Lusa que "nunca ninguém foi obrigado a fazer horas extraordinárias". Niza também disse considear que há um aproveitamento por parte da federação, sem especificar como isto ocorre na prática. 

Em resposta, o representante da federação, Artur Cerqueira, lamentou as críticas de Niza e disse que os funcionários têm, sim, sido pressionados a fazer horas extraordinárias. 

O problema é apontanto, entretanto, é que os servidores correm o risco de extrapolar as 150 horas a mais por ano que a lei permite. 

O atendimento nas lojas Aima vai parar?

Não. Considerando o que já se divulgou a respeito da greve, a paralisação deve ficar restrita ao trabalho suplementar nos dias de descanso semanal obrigatório ou complementar e nos feriados, além das horas extras feitas pelos servidores da Aima.

No comunicado da federação, o que fica claro é que a greve foi convocada para paralisar o trabalho suplementar, ou seja, o trabalho extra para além da rotina normal dos servidores. 

O texto informa que todos os funcionários podem se recusar a fazer trabalho suplementar alegando estarem em greve. 

Caso eu tenha um agendamento, o que posso fazer?

O advogado e colunista da BRASIL JÁ José Eduardo Rosa aconselha que aqueles que tenham um agendamento na Aima mantenham a programação e compareçam às lojas. E nos casos de quem não tenha conseguido marcar horário, Rosa considera que a paralisação pode dificultar o agendamento de novas datas.      

O que informa o governo?

Não há notícia de que o governo tenha se posicionado a respeito da paralisação. 

O que chega do Palácio de Belém vem da própria federação, que afirmou ter sido recebida em 1º de agosto pelo chefe de gabinete do secretário de Estado e por um assessor para assuntos da Aima.

Leia aqui a íntegra do comunicado da federação.

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