
Ministro da Presidência, António Leitão Amaro, durante discurso em evento sobre migrações e trabalho. Crédito: Déborah Lima/BRASIL JÁ
Pessoa de segunda? O que quis dizer o ministro sobre a CPLP
Ministro da Presidência, António Leitão Amaro afirmou ser inaceitável que imigrantes não possam circular no Espaço Schengen
Durante a apresentação do Plano de Ação para as Migrações, anunciado na segunda (3), o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que havia “um conjunto de medidas detalhadas no programa para que quem venha [a Portugal] não seja imigrante ou uma pessoa de segunda”.
Perguntado pela reportagem da BRASIL JÁ sobre a fala, durante evento nesta terça (4), o ministro explicou que a fala é uma crítica ao governo anterior por não ter dado acesso ao Espaço Schengen aos cidadãos que aderiram a modalidade de residência pela CPLP —Comunidade de Países de Língua Portuguesa.
“Isso é muito fácil de explicar. Não é a CPLP. Em Portugal, querem ter pessoas… O que acontece é que há muitos cidadãos que hoje, porque tem um passe que não lhes dá direito a circular, tem uma situação que não é digna”, afirmou após participar de evento da Organização Internacional das Migrações (OIM) para tratar de migrações e trabalho.
Ao discursar, Leitão Amaro afirmou que há a intenção de igualar os direitos da autorização CPLP às outras autorizações de residência.
"Há problemas na implementação. Não é aceitável nós dizermos, batermos com a mão no peito, dizer que acreditamos no acordo de mobilidade da CPLP, e vivermos em paz com a ideia de que os cidadãos que venham a abrigo desse regime são, na verdade, pessoas tratadas como de segunda porque estão presas ao território nacional", disse o ministro.
Ele lembrou que os estrangeiros com visto CPLP não se beneficiam dos direitos que outros residentes no Espaço Schengen.