O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, afirmou na manhã desta segunda (6) que o ataque contra imigrantes, na madrugada de sexta, é “inaceitável e um crime de ódio”. Ele também defendeu a extinção da Agência para Integração de Migrantes e Asilo (Aima).
“O ataque a uma casa onde residem imigrantes, na freguesia do Bonfim, no Porto, é um crime de ódio que não pode ser relativizado a qualquer título. É um ataque inaceitável”, disse o presidente da Câmara no início da reunião do Executivo municipal, nesta segunda.
Ao afirmar que qualquer tentativa de justificar ou explicar o ataque é inaceitável, Moreira acrescentou que também é inaceitável que se diga que as agressões ocorreram como resposta a outros crimes na zona, ou mesmo que se tente culpar o parlamento ou interpretações sobre o colonialismo.
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“Esses discursos servem para aqueles a quem interessa abrir barricadas na nossa sociedade”, acrescentou.
O presidente da Câmara disse que é necessário confiar que as autoridades policiais estão tentando de tudo para localizar os responsáveis, diretos e indiretos, e identificá-los.
E completou dizendo esperar que a Justiça saiba “puni-los de forma exemplar”.
Racionalidade de recursos
Rui Moreira entendeu que este episódio exige “ações concretas, muita responsabilidade e racionalidade na gestão dos escassos recursos públicos”.
Por isso, o presidente da Câmara do Porto defendeu a extinção da Aima e utilização dos recursos de que dispõe para habilitar os municípios a darem uma resposta e reforçar as forças policiais dos recursos de que hoje não dispõem para combater a criminalidade.
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“Repito, a Aima uma agência inoperante que desperdiça dinheiro público sem o cumprimento da missão a que se propôs e, por isso, deve ser extinta”, reafirmou.
Rui Moreira também questionou por que num país em que se criam comissões parlamentares de inquérito “com tanta facilidade”, a Assembleia da República não investiga esta agência nacional que “continua morta perante o aparente descontrolo dos fluxos migratórios”.
Ataques
Na madrugada de sexta, houve três ataques e agressões a imigrantes na zona do Campo 24 de Agosto, na Rua do Bonfim e na Rua Fernandes Tomás, no Porto.
Segundo a PSP, os ataques foram feitos por vários grupos, tendo cinco imigrantes sido encaminhados para os hospital devido aos ferimentos.
Na sequência das agressões, seis homens foram identificados e um foi detido pela posse ilegal de arma.
Diante da suspeita de existência de crime de ódio, o caso passou a ser investigado pela Polícia Judiciaria.
Com a Agência Lusa