Donal Trump (esquerda) e Joe Biden. Crédito: Reprodução

Donal Trump (esquerda) e Joe Biden. Crédito: Reprodução

Biden e Trump mais perto de serem os candidatos à Presidência dos EUA

Resultados da Super Terça-Feira dão vantagem aos dois antigos rivais

06/03/2024 às 09:55 | 3 min de leitura
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Donald Trump e Joe Biden confirmaram o favoritismo que tinham na Super Terça-Feira, e estão mais próximos de serem os candidatos republicano e democrata, respectivamente, das eleições presidenciais nos Estados Unidos. Os resultados das eleições primárias foram divulgados entre a noite de terça (5) e a manhã de hoje.

Antecipando o que será a disputa nas eleições de novembro, Trump e Biden venceram a grande maioria das prévias nos partidos, segundo projeções da Associated Press

Na sequência, os rivais já trocaram acusações, adiantando qual poderá ser o tom da campanha. 

SAIBA MAIS: O que esperar de um retorno de Donald Trump

Funciona assim a eleição: os pré-candidatos de cada partido —Republicano e Democrata— disputam as primárias em cada estado e território. São eleitos delegados (representantes) em cada um deles. Quem tiver o maior número de delegados ao final do processo, será o candidato do partido à Presidência. 

ANÁLISE: O sapo e a panela

A Super Terça tem esse nome justamente pelo grande número de votação num mesmo dia.

Liberado para a disputa

O Supremo Tribunal dos Estados Unidos (EUA) autorizou na segunda (4) a participação de Trump nas eleições primárias, rejeitando as tentativas de alguns estados de responsabilizar o ex-presidente republicano pela invasão do Capitólio, em janeiro de 2021.

Os juízes decidiram que os estados não poderiam invocar uma disposição constitucional pós Guerra Civil para impedir que os candidatos presidenciais apareçam nos boletins de voto. Segundo os magistrados, esse poder compete apenas ao Congresso.

A decisão judicial colocou um ponto final aos esforços feitos nos estados do Colorado, Illinois, Maine e outros para eliminar Trump das eleições primárias, em que o ex-presidente aparecia como favorito à indicação do seu partido.

As autoridades estaduais alegavam que Trump não deveria participar nas eleições por causa das suas tentativas de reverter a derrota na eleição presidencial de 2020 para o democrata Joe Biden, incentivando os seus seguidores a invadirem o Capitólio, em 6 de janeiro de 2021.

Trump celebra

Trump reagiu à decisão judicial, acenando como uma “grande vitória” para os Estados Unidos, numa mensagem na rede social Truth Social.

O ex-presidente tinha sido expulso das urnas no Colorado, Maine e Illinois, mas todas as três decisões dos tribunais estaduais estavam suspensas, aguardando a decisão do Supremo Tribunal de Justiça federal.

Este caso é o envolvimento mais direto do Supremo Tribunal numa eleição presidencial desde a eleição que opôs o republicano George W. Bush ao democrata Al Gore, uma decisão proferida há um quarto de século que entregou efetivamente a eleição de 2000 aos conservadores.

Na berlinda por mais casos

Mas este é apenas um dos vários casos que envolvem Trump diretamente ou que podem afetar as suas hipóteses de se tornar de novo presidente, incluindo um processo judicial agendado para julgamento no final de abril. 

Na ação se decidirá se ele poderá ser processado criminalmente por acusações de interferência eleitoral, devido à invasão do Capitólio.

Na decisão de segunda, juízes conservadores e liberais —três deles nomeados por Trump— acabaram por se alinhar numa posição unânime, defendendo que o Congresso deve agir antes de as autoridades estaduais poderem invocar a 14ª emenda da Constituição, para impedirem o ex-presidente de ser candidato.

Os advogados dos eleitores republicanos e independentes que entraram com uma ação para remover o nome de Trump das urnas no Colorado argumentaram que há amplas provas de que os acontecimentos de 6 de janeiro de 2021 constituíram uma insurreição e que foi incitada por Trump, que incentivou uma multidão de apoiantes a invadir o Capitólio.

Os advogados de Trump apresentaram vários argumentos para explicar por que a emenda não pode ser usada para mantê-lo fora das urnas, alegando que o motim de 6 de janeiro não foi uma insurreição e, mesmo que fosse, Trump não foi ao Capitólio pessoalmente, nem se juntou aos manifestantes.

Quase mil presos

Das mais de três mil pessoas que invadiram o Capitólio, mais de 950 foram presas nos cinquenta estados dos Estados Unidos

O balanço do trabalho do Departamento de Justiça norteamericano, levado a cabo por promotores públicos com o apoio de agentes do FBI —a polícia federal dos EUA, indicou que os primeiros acusados, julgados e sentenciados pela invasão agiram diretamente no 6 de janeiro de 2021. 

Eles foram flagrados, fotografados ou gravados cometendo crimes dentro do edifício. 

Os atos de vandalismo no prédio geraram danos que, segundo estimativas do Estado norteamericano, rondam os 2,7 milhões de dólares. 

Assessores de Trump chegaram a depor sobre o 6 de janeiro, assim como Marc Short, chefe de gabinete do ex-vice-presidente Mike Pence. 

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