01/07/2024 às 12:04
| 2 min de leitura
Publicidade
O Juízo Criminal de Sintra condenou nesta segunda (1º) a cozinheira Cláudia Simões, agredida pelo policial Carlos Canha, a oito meses de prisão por ter mordido o agente da Polícia de Segurança Pública (PSP). Na mesma decisão, a juíza Catarina Pires suspendeu a execução da pena. Significa que a Cláudia Simões poderá ser imposta alguma sanção alternativa, como realizar trabalhos comunitários.
Cláudia Simões, uma mulher negra, sentava no banco dos réus por ter mordido o policial que a espancou. À BRASIL JÁ —que dedicou a última edição da revista ao racismo em Portugal—, Simões contou que usou a boca para tentar se desvencilhar do agente, que estava em cima dela, no chão.
“Eu estava lutando pela minha vida, no chão, e ninguém encostava nele porque ele estava armado. As pessoas tinham medo e eu precisava lutar”, afirmou.
Nesta segunda, logo após a audiência, Cláudia Simões disse que já esperava por essa decisão da Justiça e adiantou que vai recorrer. Assim como já havia declarado à BRASIL JÁ, a cozinheira contou quer levar o caso ao Tribunal Internacional.
"Eu vou até o final. Não nasci com marcas na cara, não nasci com o cabelo arrancado, como eles justificam que eu caí. É mentira! Eu vou recorrer a isso até o fim. Vamos até as últimas instâncias, mas não vou deixar isso assim. Deus sabe o que ele [Carlos Canha] me fez. Ele próprio, conscientemente, sabe o que me fez. Se não existe justiça dos homens, existe a justiça de Deus, por isso eu vou até o fim", declarou à BRASIL JÁ.
A mulher foi agredida na Amadora, região onde vive, após uma confusão envolvendo a passagem de ônibus em que embarcou. A filha de Cláudia Simões havia esquecido o passe do coletivo e, por isso, o motorista chamou os agentes da PSP.
O policial da PSP Carlos Canha foi absolvido da acusação de espancamento contra Cláudia Simões. Entretanto, ele foi sentenciado a três anos de prisão —também com execução de pena suspensa— por agredir outras duas pessoas dentro da esquadra (que equivale a delegacias no Brasil).
A Justiça declarou Canha culpado por dois crimes de ofensa à integridade física e outros dois de sequestro de Quintino Gomes e Ricardo Botelho, levados para a delegacia da PSP.
Outros dois agentes da PSP que também eram réus por acusação de abuso de poder foram absolvidos.
Jornalismo verdadeiramente brasileiro dedicado aos brasileiros mundo afora
Os assinantes e os leitores da BRASIL JÁ são a força que mantém vivo o único veículo brasileiro de jornalismo profissional na Europa, feito por brasileiros para brasileiros e demais falantes de língua portuguesa.
Em tempos de desinformação e crescimento da xenofobia no continente europeu, a BRASIL JÁse mantém firme, contribuindo para as democracias, o fortalecimento dos direitos humanos e para a promoção da diversidade cultural e de opinião.
Seja você um financiador do nosso trabalho. Assine a BRASIL JÁ.
Ao apoiar a BRASIL JÁ, você contribui para que vozes silenciadas sejam ouvidas, imigrantes tenham acesso pleno à cidadania e diferentes visões de mundo sejam evidenciadas.
Além disso, o assinante da BRASIL JÁ recebe a revista todo mês no conforto de sua casa em Portugal, tem acesso a conteúdos exclusivos no site e convites para eventos, além de outros mimos e presentes.
A entrega da edição impressa é exclusiva para moradas em Portugal, mas o conteúdo digital está disponível em todo o mundo e em língua portuguesa.