Líderes de Governo e chefes de Estado do G20 prometeram unir esforços em prol de uma “mobilização global contra as alterações climáticas”.
“Reconhecendo que a totalidade dos nossos esforços será mais poderosa do que a soma das suas partes, nós cooperaremos e uniremos esforços para uma mobilização global contra as alterações climáticas”, lê-se na declaração final do grupo das vinte maiores economias do mundo, que este ano Portugal participa a convite do Brasil.
Na declaração final, que era esperada apenas para esta terça (19) à tarde, último dia do encontro realizado no Rio de Janeiro, no documento os líderes afirmaram estar “determinados a liderar ações ambiciosas, oportunas e estruturais em nossas economias nacionais e no sistema financeiro internacional com o objetivo de acelerar e ampliar a ação climática”.
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“Reconhecemos que as crises que enfrentamos não afetam igualmente o mundo igualmente, sobrecarregando desproporcionalmente os mais pobres e aqueles que já estão em situação de vulnerabilidade”, afirma-se no documento.
Também é mencionado na declaração que os países vão se encorajar mutuamente em relação às “emissões líquidas zero de GEE/neutralidade climática levando em consideração o Acordo de Paris”, e também em “diferentes circunstâncias, caminhos e abordagens nacionais”.
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As palavras “circunstâncias, caminhos e abordagens nacionais” foram também usadas sobre a necessidade de “reduções profundas, rápidas e sustentadas nas emissões de gases de efeito estufa, alinhadas aos caminhos para limitar o aquecimento global a 1,5 °C”.
Consta no documento, também, a importância de “intensificar” os esforços para proteger e conservar de forma sustentável as florestas e apela a um maior empenho na luta contra a desflorestação.
Fundo Tropical
Sobre isso, os líderes apelaram a que sejam tidos em conta os desafios das comunidades locais e dos povos indígenas, por isso o compromisso é mobilizar “fundos novos e adicionais para as florestas”, para o que, afirmaram, “tomaram nota” dos planos de criação do Fundo Tropical Forest Finance Facility.
O fundo é uma proposta do Brasil para compensar os países de baixo e médio rendimento pela preservação das suas florestas, que será lançada pelo país na cúpula do clima em Belém, durante a COP30.
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A declaração dos líderes só era esperada no final da cimeira, que terá lugar esta terça com a sessão plenária final sobre transição energética e desenvolvimento sustentável.
Assinaram o documento final do G20 o presidente em fim de mandato dos Estados Unidos, Joe Biden, e o líder chinês, Xi Jinping.
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A principal ausência é a do presidente russo, Vladimir Putin, representado pelo seu chefe da diplomacia, Sergei Lavrov. Putin não foi ao Brasil porque o Tribunal Penal Internacional emitiu um mandado de prisão contra ele por crimes de guerra no conflito na Ucrânia.
Para além dos representantes dos países membros plenos do grupo, mais a União Europeia e a União Africana, no Rio de Janeiro também estão representantes de 55 países ou organizações internacionais.
Portugal foi convidado pelo Brasil para participar como país-observador, e foi representado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro. Já Angola foi representada pelo presidente, João Lourenço, e também a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
O G20 é constituído pelas principais economias do mundo. A presidência do Brasil termina no final do mês, quando assumirá o posto a África do Sul.
Com a Lusa