Em entrevista à BRASIL JÁ, o secretário de Estado da Economia de Portugal, João Rui Ferreira, admitiu que pequenos e médios empresários enfrentam dificuldades no país, incluindo as barreiras burocráticas e não alfandegárias —e elas impactam diretamente o mercado.
Ferreira afirmou saber da importância das pequenas empresas e startups e garantiu que o governo português tem se esforçado para tornar o ambiente de negócios mais acessível e simplificado.
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Segundo Ferreira, que tem o cargo equivalente ao de ministro no Brasil, é prioridade para o governo português simplificar processos e desburocratizar a vida dos empresários, grandes ou pequenos, e das pessoas que chegam para investir.
Temos identificado barreiras e problemas específicos enfrentados pelos empresários, particularmente relacionados a startups e pequenas empresas. O foco é atuar sobre esses obstáculos para tornar a vida das empresas mais simples, afirmou.
Entre os desafios apontados pelos empresários brasileiros que atuam em Portugal estão barreiras não alfandegárias, como exigências nem sempre claras sobre a rotulagem, lentidão na liberação de cargas e o não reconhecimento da capacidade técnica de órgãos fitossanitários brasileiros, como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
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Sem comentar casos específicos, Ferreira disse que o governo está ciente das dificuldades enfrentadas pelos investidores brasileiros e afirmou que está comprometido em oferecer soluções no curto prazo.
Foco em startups e inovação
Para Ferreira, as startups podem desempenhar importante papel nas relações comerciais entre Brasil e Portugal.
“Estamos a trabalhar com o Startup Portugal, um organismo que nos ajuda a identificar problemas e a formular políticas públicas para facilitar a atuação dessas empresas”, explicou.
Ele destacou que muitas dessas startups, incluindo as lideradas por brasileiros, têm potencial para crescer rapidamente e se tornar grandes players no mercado.
O secretário disse ser importante o esforço conjunto entre os governos português e brasileiro para criar um ambiente mais propício para negócios.
Ele afirmou estar otimista para a implementação de mudanças significativas: “Acreditamos que os resultados concretos começarão a aparecer já em 2025.
Para João Rui Ferreira, o caminho para superar o chamado “Custo Portugal” envolve diálogo, adaptação das políticas públicas e colaboração entre empresários e autoridades.
E acrescentou que há iniciativas voltadas à simplificação e ao apoio a pequenas empresas por parte do governo português para atrair mais empreendedores e fortalecer a presença brasileira no país, promovendo um ambiente de negócios mais dinâmico e acessível.
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