Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi. Crédito: LUÍSA NHANTUMBO/LUSA

Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi. Crédito: LUÍSA NHANTUMBO/LUSA

Presidente de Moçambique pede transparência e combate à corrupção

Declaração foi feita enquanto Filipe Nyusi ainda enfrenta acusações do principal partido de oposição ao governo

08/03/2024 às 09:16 | 2 min de leitura
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O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, líder da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), fez um apelo aos autarcas (prefeitos) recém-eleitos no país para agirem com transparência e combaterem a corrupção.

Em discurso nesta quinta (8), Nyusi enfatizou a importância de os municípios trabalharem para melhorar as condições de vida das populações.

“A governança autárquica deve ser íntegra, moderna, inclusiva, competente e livre de corrupção”, afirmou em encontro com os dirigentes das 60 autarquias onde a Frelimo venceu nas eleições autárquicas de 11 de outubro.

O chamado vem num contexto contraditório, em que o próprio Nyusi enfrenta acusações do principal partido de oposição ao governo, o Resistência Nacional Moçambicana (Renamo). 

Na semana passada, a secretária-geral da Renamo acusou o governo de ter feito alianças unilaterais pouco claras com forças estrangeiras para combater o terrorismo em Cabo Delgado, excluindo instituições relevantes, como a Assembleia da República.

No discurso de hoje, Nyusi afirmou que os autarcas e os membros das assembleias municipais devem pautar-se pela cultura de prestação de contas aos munícipes, visando construir uma relação de confiança e a participação popular na gestão autárquica.

“Mantenham um contacto regular com as comunidades e suas lideranças, escutando as suas precauções e envolvendo-as na busca de soluções”, enfatizou o chefe de Estado.

Filipe Nyusi criticou o “nepotismo” na escolha de vereadores e diretores municipais, assinalando que esta prática prejudica a “integridade e competência”.

Pediu ainda a simplificação de procedimentos administrativos na gestão autárquica e na satisfação das necessidades das comunidades, enfatizando que os municípios são parte de um processo de descentralização concebido para aproximar o poder dos cidadãos.

“É fundamental que os dirigentes dos órgãos autárquicos conheçam e apliquem os processos administrativos, reduzindo o excesso de burocracia”, salientou.

Contexto

A Frelimo venceu em 60 das 65 autarquias do país, tendo a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), principal partido da oposição, ganhado em quatro, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceira maior força política, voltado a vencer no município da Beira.

A votação foi marcada por diversas supostas irregularidades, de acordo com relatórios de grupos de observadores, e desencadeou protestos de rua da oposição, com episódios de confrontos entre manifestantes e as forças policiais.

Com a Agência Lusa

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