O primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante debate parlamentar quinzenal, na Assembleia da República, em Lisboa, em 3 de outubro de 2024. Crédito: Tiago Petinga, Lusa

O primeiro-ministro, Luís Montenegro, durante debate parlamentar quinzenal, na Assembleia da República, em Lisboa, em 3 de outubro de 2024. Crédito: Tiago Petinga, Lusa

Projetos sobre imigração são discutidos e votados em comissão no Parlamento

Textos que avançaram na última sexta (11) são analisados por deputados da Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias

16/10/2024 às 10:38 | 2 min de leitura
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A partir das 17h30 desta quarta (16), entram em pauta na Comissão de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias da Assembleia da República ao menos quatro projetos que têm a imigração como tema principal. 

Está previsto que os parlamentares discutam e votem, por exemplo, as duas propostas que, na sexta (11), avançaram no plenário da Casa. São elas: 

.O texto que estabelece um regime de transição aos imigrantes no limbo das manifestações de interesse; 

.A criação de um visto humanitário para pessoas refugiadas e/ou ameaçadas, documento que poderá ser emitido em consulados portugueses.

Além desses, a comissão da Assembleia também volta a analisar, com votação, eventuais propostas para alterar textos dos seguintes projetos:

.A proposta de Lei n.º 23/16ª/1ª, de autoria do governo, que altera a Lei de Estrangeiros (também chamada de Lei de Imigração) e confere mais poderes à Polícia de Segurança Pública (PSP) para atuar contra estrangeiros que vivam irregularmente no país;  

.Projeto do partido de extrema direita Chega que propõe alterar o funcionamento da concessão de asilo e proteção em Portugal. 

Como todos os projetos orbitam o mesmo tema —imigração—, a previsão é de que os parlamentares façam uma discussão conjunta das propostas. 

Para entender cada proposta 

Regime de transição - O Projeto de Lei n.º 220/16º/1ª, que estabelece um regime de transição à nova Lei de Imigração, prevê a criação de um mecanismo que permita a regularização de imigrantes que não conseguiram dar entrada na manifestação de interesse apesar de terem contribuído para a Segurança Social.

O Decreto-Lei n.º 37-A/2024, de 3 de junho, acabou com o mecanismo de regularização de permanência em Portugal por meio de manifestação de interesse. 

A Iniciativa Liberal propôs, então, ajustes no regime de transição para, segundo a proposta, proteger aqueles que, antes da entrada em vigor do decreto-lei, contribuíam para a Segurança Social e cumpririam com os 12 meses exigidos pela lei anterior.

Visto humanitário - A intenção é emitir vistos por motivos humanitários para pessoas refugiadas de guerras, perseguições ou outros perigos graves, conforme definido pela Convenção de Genebra sobre o Estatuto dos Refugiados.

O visto poderá ser solicitado diretamente nos consulados ou embaixadas portuguesas, evitando que os requerentes precisem se deslocar para Portugal para buscar asilo. Também de autoria do Iniciativa Liberal, votou contra a proposta o Chega e se abstiveram o CDS-PP e PSD.

Mudança na Lei de Estrangeiros e nova unidade da polícia -  O projeto de lei  23/XVI/1ª cria um novo braço na polícia, mas não para aí. O texto também dá o poder de decisão sobre a expulsão de imigrantes sem documentos ao diretor-nacional da PSP. 

Pela proposta, o chefe da força de segurança também poderá delegar a decisão a subordinados.  O colunista da BRASIL JÁ e advogado especializado em migração, José Eduardo Rosa, afirma que a mudança proposta pelo governo pretende acelerar os processos de expulsão de pessoas em situação irregular. 

SAIBA MAIS:

Os detalhes da proposta do governo que dá mais poderes à polícia contra imigrantes

Regime de transição e visto humanitário avançam na Assembleia da República

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