O Brasil é o país de língua portuguesa com maior representatividade no colegiado de cardeais que definirá o novo papa, após a morte de Francisco nesta segunda (21): serão sete brasileiros no grupo decidirá o futuro do Vaticano. Pela primeira vez na história, o colégio cardinalício contará com quatro cardeais portugueses eleitores.
Além de Brasil e Portugal, Cabo Verde e Timor-Leste também estarão representados entre os eleitores do novo pontífice. Ao todo, são treze falantes de português que terão direito a voto.
Sete brasileiros no conclave
O Brasil levará ao conclave sete cardeais eleitores, de diferentes regiões e linhagens da Igreja. O arcebispo de Porto Alegre, Jaime Spengler, de 64 anos, franciscano e presidente do Conselho Episcopal Latino-Americano, é uma das vozes progressistas mais influentes no continente.
Também com perfil progressista, o cardeal João Braz de Aviz, de 77 anos, foi prefeito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada no Vaticano e tem histórico de apoio à teologia da libertação.
Da Amazônia, o franciscano Leonardo Ulrich Steiner, arcebispo de Manaus, traz a experiência pastoral da floresta e das populações indígenas. Já Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, com 75 anos, volta a ser mencionado como nome de peso entre os cardeais latino-americanos — ele chegou a ser cotado como possível sucessor de Bento 16 em 2013.
No Rio de Janeiro, o cisterciense Orani Tempesta segue como arcebispo e anfitrião da Jornada Mundial da Juventude de 2013. Paulo Cezar Costa, de 57 anos, comanda a arquidiocese de Brasília e é um dos mais jovens do grupo.
Completa a lista o cardeal Sérgio da Rocha, arcebispo de Salvador e único falante de português no Conselho de Cardeais, órgão consultivo do Vaticano.
Portugueses também decidem
Portugal nunca teve tantos representantes em um conclave. A pluralidade portuguesa inclui experiências pastorais, produção intelectual e envolvimento em grandes eventos eclesiásticos.
São quatro os cardeais eleitores: António Marto, conhecido pelo protagonismo em Fátima e pela defesa da paz e do meio ambiente; Manuel Clemente, ex-patriarca de Lisboa, figura de prestígio no meio acadêmico e escutista; Américo Aguiar, o mais jovem dos quatro, que ganhou projeção com a organização da Jornada Mundial da Juventude de 2023; e Tolentino de Mendonça, teólogo, poeta e atual prefeito do Dicastério para a Cultura e a Educação.
Cabo Verde, a voz africana da língua portuguesa
O cardeal Arlindo Gomes Furtado, de 75 anos, é o único eleitor da África falante de língua portuguesa. Atual bispo de Santiago, ele foi o primeiro cardeal da história de Cabo Verde. Nomeado em 2015, Furtado representa a presença católica no arquipélago africano e a ligação histórica com Portugal.
Timor-Leste: fé jovem e crescente no sudeste asiático
Com apenas 57 anos, Virgílio do Carmo, arcebispo de Díli, é o primeiro e único cardeal de Timor-Leste. Salesiano, ele foi anfitrião da visita apostólica de Francisco ao país em setembro de 2024 e simboliza a vitalidade da Igreja em uma das nações mais católicas da Ásia.
*Com informações da Lusa
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