Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fala após reunião de chanceleres do G20 (Arquivo) Crédito: Tomaz Silva, Agência Brasil

Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, fala após reunião de chanceleres do G20 (Arquivo) Crédito: Tomaz Silva, Agência Brasil

Os pontos cruciais da entrevista do chanceler Mauro Vieira à BRASIL JÁ

Ministro falou sobre Putin no G20, inoperância do Conselho de Segurança da ONU e críticas oportunistas à política ambiental brasileira

02/05/2024 às 07:27 | 2 min de leitura
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Em entrevista à BRASIL JÁ, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, tratou de vários temas, indicando quais caminhos a diplomacia brasileira segue e pretende seguir em diversos campos. 

Em relação à Rússia, por exemplo, Vieira afirmou que, caso deseje ir, o presidente Vladimir Putin —apesar de ordem de prisão emitida pela Corte Penal Internacional— será recebido para a Cúpula do G20, que ocorrerá no Brasil em novembro. 

"A Rússia é membro pleno do G20 e se sentará à mesa na cúpula, como os demais países, no nível de representação que Moscou decidir", afirmou Vieira. A ordem de prisão contra Putin foi expedida em março de 2023 por supostos crimes de guerra cometidos durante o conflito com a Ucrânia. O caso está relacionado ao suposto transporte ilegal de crianças do território ucraniano ocupado. A Rússia sempre negou a acusação.

Ainda sobre o tema Putin, e atendo-se à histórica tradição do Brasil de busca do consenso, Vieira disse que o caminho do governo brasileiro é buscar a paz pelo entendimento. "(...) Não cultivamos maniqueísmos e procuramos ter diálogo e relações corretas com todos os países, sem exceção", acrescentou o chanceler. 

Mudanças no Conselho de Segurança

Em outro trecho da entrevista, o ministro criticou a configuração do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), ecoando o que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem defendido abertamente: que é necessário atualizar as regras do conselho, atualmente formado por quinze países, sendo cinco membros com assentos permanentes. 

Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China são as nações permanentes e têm a prerrogativa de vetar propostas de resolução.

Ao citar a "inoperância" desses países, Vieira seguiu o raciocínio dizendo que o Conselho de Segurança está "marcado por uma paralisia oriunda da incapacidade dos membros permanentes em construir soluções" para as crises hoje vividas a nível mundial. 

O chanceler acrescentou, ainda, que o Brasil acredita ter um papel construtivo a desempenhar no espaço multilateral. 

Acusações contra a política ambiental brasileira

Uma das respostas mais incisivas do ministro trata das críticas infundadas —às vezes vindas de aliados de Lula— sobre a política ambiental brasileira. As acusações de que o Brasil é um país poluidor são rebatidas, segundo Vieira, com fatos e dados. 

"Temos uma posição muito confortável nesse debate, e já deixamos claro que discursos protecionistas que tentem usar o meio ambiente não se aplicam ao Brasil, cuja atenção prioritária dada à questão ambiental é indiscutível", disse. 

Abaixo, confira todos os registros com as respostas do ministro. 

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